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Foto do escritorMaryanne Garcia

Mil e uma possibilidades de leitura. Você já pensou em ouvir um livro?

Atualizado: 4 de jun. de 2020

Com a rotina corrida, às vezes precisamos abrir mão de pequenos prazeres, como ler um bom livro. Como alternativa, uma nova forma de leitura tem ganhado espaço na rotina de muitas pessoas: os audiolivros.

Nascida da ideia de que cada vez mais os conteúdos podem ser consumidos em formatos diversos, além do papel, agora é possível “saborear” aventuras, mistérios, romances e muitos outros temas por meio do som, com audiobooks.


Segundo a Associação das Editoras dos EUA, o crescimento do mercado de audiobooks está, diretamente, relacionado à popularização dos podcasts: de acordo com o levantamento, 55% dos ouvintes de audiolivros são ouvintes frequentes de podcasts.


Lá fora, os audiobooks já representam uma parcela significativa do crescimento das editoras gringas e esses livros são responsáveis pelo brilho nos olhos de muitos profissionais do livro. Além de representarem um fôlego novo para o mercado editorial, os audiobooks estão chegando a públicos e leitores que os livros físicos e digitais acabam não alcançando.


Só em 2017, a venda de audiolivros nos Estados Unidos representou 10% das vendas totais de livros no país. Em 2018 e 2019, enquanto as vendas de livros físicos caíam pela primeira vez em anos nos Estados Unidos e na Inglaterra, o mercado assistia ao crescimento contínuo dos audiobooks.


No Brasil

Com praticidade para consumir e inovação em formatos, alcance de novos públicos, as obras narradas ganham espaço no coração e nos ouvidos de quem ama uma boa história, e a novidade já está chegando ao Brasil.


Criada em 2014, a brasileira Ubook é a maior plataforma operante no país, com cerca de 6,5 milhões de usuários cadastrados e mais de 10.000 títulos em seu catálogo, incluindo livros de ficção, de não ficção e revistas. O modelo de negócios da plataforma é similar ao adotado pela Netflix no streaming de séries e filmes: o usuário paga um valor fixo por mês e tem acesso a todo o acervo.


A sueca Storytel começou a operar no Brasil em setembro de 2019, seguindo um modelo similar ao da Ubook. Somando os 18 países nos quais está presente, a Storytel conta com um catálogo de mais de 200 mil títulos.


Os sites Autibooks e Tocalivros são outras iniciativas parecidas no mercado brasileiro. Já a Amazon estuda trazer a Audible para o Brasil desde 2017.


Além de plataformas dedicadas, os audiobooks também são vendidos nas lojas de aplicativos da Apple e do Google.


Acessibilidade

Em um país com mais de 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual, a acessibilidade na leitura é um assunto de extrema importância. Além da praticidade, esse modelo de livro aproxima o conhecimento de pessoas cegas ou disléxicas, já que a leitura visual deixa de ser exigida para a absorção da informação.


Muitas vezes, o audiolivro é comparado ao “livro falado”, muito utilizado por pessoas com essas condições. Contudo, enquanto o primeiro pode conter vozes dramatizadas, sonoplastia e músicas, o segundo propõe uma versão bem próxima da leitura das palavras, obedecendo, fielmente, regras de impostação de voz e pontuação, pois acredita que somente o ouvinte deve construir os sentidos do que está sendo lido.

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