Uma carta sobre o que eu aprendi com as Mulheres de março
Olá, vocês.
Comecei esse mês com a ideia de escrever sobre trinta e uma mulheres da Literatura, uma para cada dia do mês (já aviso que não consegui). Foram muitas colunas pesquisadas e escritas com muito carinho e cuidado, e, mesmo não tendo alcançado o meu objeto, aprendi muito mais do que esperava. Talvez eu não tivesse aproveitado tudo o que aproveitei caso conseguisse escrever as trinta e uma, talvez tivesse, mas o ponto aqui não é esse.
Não tenho a intenção de fazer um resumo sobre as mulheres pesquisadas ou sobre seus feitos e obras, não. O objetivo é contar sobre o que eu pude aprender sobre mim mesma enquanto aprendia sobre elas.
Eu aprendi que escrever sobre outras mulheres me faz refletir sobre a minha vida, me faz reconhecer os meus privilégios e perceber que minhas dificuldades e lutas não são só minhas. Então, aqui, deixo um conselho: leiam mulheres. Pesquisem mulheres. Escrevam sobre mulheres. Principalmente, mas não exclusivamente, se você é uma mulher.
Eu aprendi que várias autoras que eu conhecia, que eu li, que eu adoro, tem histórias, realizações e derrotas que eu jamais imaginava. A gente acha que conhece alguém pelo que lemos de autoria dela, mas conhecemos muito pouco.
Eu aprendi a reconhecer a história de vida de cada uma dessas autoras em suas obras (depois que eu aprendi sobre a vida delas), e isso enriqueceu cada texto de uma forma extraordinária. São nossas experiencias que nos constroem enquanto autoras e pessoas. E, apesar disso parecer óbvio, vale nota. Muitas vezes separamos autor da pessoa, e como fazemos isso, se é justamente a pessoa que escreve?
Eu aprendi a valorizar o meu trabalho. Como comentei, não consegui escrever sobre as trinta e uma mulheres, provavelmente por falta de planejamento, mas, também, porque quando me peguei escrevendo textos curtíssimos e me contentando com qualquer informação, decidi que não diminuiria o valor do meu texto só para poder postar qualquer coisa.
Eu aprendi – e esse foi um aprendizado importantíssimo – a me dar tempo. Para ler, para aprender, para digerir, para escrever. Tempo é fundamental e tão importante, mas tão importante, que teve um dia que eu precisei tirar um tempo para mim e para fazer nada. Para me centrar e entender o que eu queria dali para frente. Para que eu não me esgotasse e acabasse me sabotando. Todo mundo precisa de tempo.
Eu aprendi a dar valor a leitura. Esse mês foi tão frenético, que eu só consegui pegar um livro para ler em três dias (e um desses dias foi porque eu fiquei sem internet e não consegui trabalhar). Como é que eu trabalho com literatura e não leio? Prioridades (erradas, admito).
E eu aprendi muito mais coisas. Várias delas eu ainda nem percebi que aprendi. E sigo aprendendo.
Por isso, vou deixar aqui um link com todas as colunas da série Março: Mulher. Aproveitem para assistir os vídeos que estão inseridos em cada coluna (a grande maioria tem legendas em português). Leiam com carinho sobre essas mulheres e leiam as obras dessas mulheres também.
Obrigada por tudo,
Clarissa.
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